Por que foges?

Quando procrastinamos a oração.

Deus nos deu meios de graça para lutar. Mas queremos lutar com nossas próprias armas.

Deus quis que oração fosse um meio de graça que nos mantém dependentes e conectados a Ele. Jesus orou. Mas nós perguntamos “por que orar se Deus já sabe de tudo? Já fez tudo?”

A resposta é “porque nós não sabemos, porque nós não fazemos. Porque Deus é atemporal, mas nós, não somos.”

Se tivermos condições (eu imagino que não teremos), quando chegarmos diante do trono da glória, naquele dia, poderemos dizer: “Senhor, poderia ter nos dado algo melhor que a oração”.

Mas não conseguiremos, estaremos então face a face dAquele que enfim desejamos desde sempre. E entenderemos que a oração foi (é) um vislumbre desse Dia tão aguardado.

Isso é tudo o que realmente ansiamos...

A oração é uma alegria antecipatória.

Mas aqui temos muitas distrações.

Somos envoltos por muitos barulhos. Dentro e fora de nós.

E orar é desnudar a alma, ou pelo menos, encarar o fato de que diante de Deus já estamos assim, transparentes, porque Ele nos vê e as mais profundas intenções do nosso coração.

É por isso que podemos querer por tantas vezes fugir da oração. Fugir da consciência mais nítida de que vivemos diante da face de Deus. Ele realmente nos vê.

Procrastinamos a oração e nos esvaziamos de palavras, mas não são as palavras que esvaziam, o que endurece é o coração.

Fugimos também da confissão. Do reconhecer das nossas falhas, do nosso egoísmo e obstinação.

Um passo além é que estar a sós com Deus é se debater com a realidade de que isso afeta nossos relacionamentos com o próximo. É impossível estar a sós com Deus e não enxergar nossa dureza. Fugimos é da reconciliação.

Pare de fugir. Pare, simplesmente pare.

Porque não, Deus não está carrancudo, te esperando com um sermão. Na verdade Ele te espera, você sabe, Ele tem te chamado de volta. Ele tem te perseguido pelas madrugadas. Seu amor te chama. Sua misericórdia sussurra: se derrame, eu te seguro, eu reúno os cacos e faço deles um vaso novo.

A Graça de Deus é a mesma que nos ama desde o início apesar de nós, que nos ama pelas lentes de Cristo. É segurados nesta Graça que oramos, que falamos com Deus, que quebrantados dobramos nosso coração e dizemos “Pai”.

Ainda que sejam muitas as lágrimas, Ele enxugará todas elas. E ainda que sejam muitos os pecados, Ele não rejeitará um coração humilde e contrito. E ainda que por tanto tempo andou longe, Ele ainda teom seus braços estendidos.

Não há nenhum substituto para a oração. Deus não poderia ter feito algo melhor! Porque a oração nos aponta para o mediador. A oração nos lembra que Cristo nos leva de volta para Deus, abrindo o caminho pelo seu sangue. Podemos chegar com confiança por meio dEle ao trono da graça.

E beber de tesouros inesgotáveis que saciam a alma. Não deixe a oração, volta a oração, priorize a oração, esteja na oração, o encontro está na oração.

E enquanto encontramos com nosso Deus, encontramos a vida e a reconciliação, enquanto vivemos aqui, uns com os outros, orando e amando, orando e perdoando, orando e esperando pacientemente pelo dia em que veremos Aquele que nos amou desde antes da fundação do mundo, face a face.

“Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações conhece a intenção do Espírito, porque o Espírito intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus. Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito.”

‭‭Romanos‬ ‭8:26-28‬ ‭

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